Mestrado em Inteligência Artificial e Astrofísica

Mestrado Diego Nogare

Mestre em Computação pelo Mackenzie

Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica e Computação

Depois de três tentativas sem sucesso em mais de uma década, finalmente conclui o Mestrado em Inteligência Artificial e Astrofísica. O mestrado é da Computação, mas a pesquisa abrange uma resolução de problema envolvendo a Astrofísica Solar.

Vou explicar essa trajetória…

Fracassos do passado

Esta é a quarta vez que me envolvo em um programa de mestrado. Infelizmente nas outras três vezes eu precisei abandonar os cursos por conta do trabalho. Mas agora foi diferente, pois no Mackenzie o mestrado é no período noturno, mesmo sendo um programa acadêmico, e não profissional.

Em 2008 foi a minha primeira tentativa, na época pela Unicamp, quando cursei apenas um período. Tentei em outras duas oportunidades, em 2011 e 2014, ambas pela UFABC (Universidade Federal do ABC). Mas em 2017 tomei a decisão de concluir e me inscrevi no programa do Mackenzie, que teve início em 2018.

Desafios durante o curso

Estudar para conquistar o título de mestre com certeza não é algo simples! É preciso se dedicar ao máximo para chegar lá, e isso eu posso falar com propriedade de causa, não é?!

Ao ingressar no programa de mestrado é recomendado que você tenha um professor tutor, que lhe ajudará no caminho da pesquisa. Ele também vai auxiliar nas escolhas de disciplinas que fazem sentido durante o curso e pode ser que venha a ser seu orientador na escrita da dissertação, mas não é uma obrigatoriedade.

Dica: procure um professor que conheça o assunto que você pretende estudar. Ele vai te ajudar a encontrar caminhos menos tenebrosos durante a sua jornada de estudo e pesquisa.

Eu tive a sorte de já entrar no programa com o meu orientador definido. O Prof. Dr. Ismar Frango Silveira foi meu coordenador do curso de graduação em Ciência da Computação há muitos anos, e temos um ótimo relacionamento desde então. Ele foi fundamental para me ajudar a encontrar o que realmente importava na pesquisa e tirar as distrações do caminho. Senti que tive um porto seguro dentro da academia, com ele me ajudando inclusive em momentos pessoais. Contudo, infelizmente, existem relatos de professores que praticam assédio moral com alunos, causando abandono dos programas de pós-graduação e até suicídio. Google it para ver as histórias. Tive muita sorte do Prof. Ismar não ser assim!

As aulas e as publicações

A dedicação para o curso é de 24 meses, mas se precisar, pode postergar por mais seis meses, chegando ao total de dois anos e meio. No término deste período, é necessário ter concluído todos os créditos, publicações e qualificação.

Eu cursei seis disciplinas, conseguindo conceito A em três delas (REDES NEURAIS, COGNIÇÃO E APLICAÇÕES COMPUTACIONAIS e VISUALIZAÇÃO/PROCES DE CONHECIMENTO) e B em outras três (TÓPICOS EM BIG DATA, MINERAÇÃO DE DADOS e PENSAMENTO COMPUTACIONAL). Era necessário fazer uma publicação, mas eu fiz duas: um capítulo de livro sobre Big Data com Spark para a I Jornada Latino Americana de Atualização em Informática, em 2018, e um poster com proceeding na XLIII reunião anual da Sociedade Astronômica Brasileira, em 2019

Para concluir o Mestrado em Inteligência Artificial e Astrofísica, fiz todos os créditos no PPGECC – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação, mas tive um envolvimento grande com o CRAAM – Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica do Mackenzie. Isso porque o pessoal do CRAAM conhece muito sobre o assunto de Astrofísica Solar, me trazendo algumas sugestões de problemas para resolver.

Combinando Inteligência Artificial e Astrofísica na pesquisa

O trabalho foi dividido em três partes: a primeira sobre entender como o Sol funciona; já a segunda a respeito das técnicas de predição com Inteligência Artificial; e a terceira a junção da IA e Astrofísica Solar.

Para o estudo, realizamos uma revisão sistemática de literatura, buscando tudo o que havia de publicação nos últimos cinco anos sobre Machine Learning e Solar Flare. Após encontrar o estado da arte das previsões de explosões solares, constatamos que para esse propósito o modelo que melhor se aplica é o Support Vector Machine. A linha desenvolvida foi baseada em algo diferente e esta abordagem não havia sido explorada por nenhum dos trabalhos pesquisados. Então, desenvolvemos a pesquisa com Regras de Associações de eventos, pela qual descobrimos o comportamento das explosões mais fortes, que podem impactar o funcionamento de diversos equipamentos aqui na Terra.

Posso considerar que os resultados foram satisfatórios, mas deu um trabalho enorme explorar as possibilidades e encontrar os parâmetros que se encaixam melhor na configuração das regras.

Mas porque escrevi tudo isso?

Em primeiro lugar porque finalmente – e depois de mais de 10 anos – concluí o Mestrado em Inteligência Artificial e Astrofísica. Mas quero reforçar que a persistência, a dedicação e o foco me fizeram chegar aqui.

Se você tem algo em mente e quer muito realizar, continue tentando! Monte um plano, pense em estratégias. Se der errado, aprenda com o que deu ruim e trace outra tática. Só não desista!

Hoje em dia é comum as pessoas quererem algo com retorno rápido. O mundo digital está acostumando mal a sociedade e os jovens são os mais impactados por isso. Mas tenha calma e se dedique, que um dia a sua recompensa chegará!

Tente arrumar alguém mais experiente para lhe ajudar no direcionamento correto, a retirar as distrações da jornada e oferecer todo o suporte necessário. Mas trabalhe! Não espere que essas grandes conquistas cheguem de forma exotérica. Foco no seu objetivo!

Enfim, Mestre!

Sobre Diego Nogare 344 Artigos
Diego Nogare é Gerente Técnico de Engenharia de Machine Learning no Itaú-Unibanco. Também é professor em programas de pós graduação no Mackenzie e na FIAP, em São Paulo. Foi nomeado como Microsoft MVP por 11 anos seguidos, e hoje faz parte do programa Microsoft Regional Director.